A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência  (doença degenerativa que leva a perda gradual de memória, pensamento racional e afeta até as habilidades sociais). Quase 7 em cada 10 pessoas com demência têm o tipo de Alzheimer.

Embora a doença de Alzheimer afete até 1 em cada 10 brasileiros com mais de 65 anos de idade e até 3 em cada 10 brasileiros com mais de 85 anos, não é uma parte normal do envelhecimento.

O cérebro contém milhões de células cerebrais (neurônios) que organizam como ele armazena memórias, aprende hábitos e molda nossa personalidade. Os sinais passam pelas conexões entre as células cerebrais na forma de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. A doença de Alzheimer afeta essas células e substâncias químicas, perturbando a memória, prejudicando o pensamento e causando inclusive mudanças de comportamento ao longo do tempo. Por isso que as pessoas com doença de Alzheimer eventualmente precisam de cuidados e apoio a longo prazo.

Existem 2 tipos principais de doença de Alzheimer:

O Alzheimer esporádico é a forma mais comum e geralmente ocorre após os 65 anos de idade. Sua causa não é totalmente compreendida, mas pode ser consequência pelo modo de vida.

A doença de Alzheimer familiar (às vezes chamada de “hereditária”) é causada por uma condição genética muito rara e resulta em demência, geralmente em pessoas na faixa dos 40 e 50 anos. Isso é conhecido como demência de início mais jovem.

Quais são os sintomas da doença de Alzheimer?

No início, a doença de Alzheimer pode ser difícil de notar. Os primeiros sinais geralmente são perda de memória e dificuldade em encontrar as palavras certas para as coisas do dia a dia. No entanto, muitas pessoas têm problemas de memória, mas não têm Alzheimer – por isso é importante consultar um médico para descobrir a causa exata dos problemas de memória.

Outros sintomas comuns da doença de Alzheimer incluem:

  • Imprecisão nas conversas diárias;
  • Falta de entusiasmo por atividades que você gostava;
  • Demorando mais para fazer tarefas regulares;
  • Esquecendo-se de pessoas ou lugares conhecidos;
  • Dificuldade em processar perguntas e instruções;
  • Um declínio nas habilidades sociais;
  • Emoções imprevisíveis.

 

Existem várias formas de se classificar a doença de Alzheimer, o mais comum é ser  classificada em 3 estágios, com base na gravidade dos sintomas:

Doença de Alzheimer leve: sinais precoces e iniciais de demência, geralmente não é necessário suporte adicional.

Doença de Alzheimer moderada: os sintomas são difíceis de lidar e é provável que seja necessário apoio.

Doença de Alzheimer avançada: cuidados contínuos em todas as atividades diárias podem ser necessários.

Os sintomas irão progredir de forma diferente entre as pessoas, dependendo de quais áreas do cérebro são afetadas. Os sintomas de uma pessoa também podem mudar de dia para dia e podem piorar com estresse, doença ou cansaço.

O que causa a doença de Alzheimer?

Vários processos ocorrem na doença de Alzheimer, incluindo depósitos de placas amilóides, emaranhados neurofibrilares e morte neuronal.

Placas amilóides são depósitos fora das células cerebrais – elas impedem que o cérebro transmita sinais adequadamente.

Os emaranhados neurofibrilares são depósitos dentro das células cerebrais – eles matam as células bloqueando alimentos e energia, causando demência que piora com o tempo.

A morte neuronal causa encolhimento na camada externa do cérebro (o córtex), que é vital para a memória, linguagem e julgamento – a doença de Alzheimer é caracterizada tipicamente por esse encolhimento.

Na maioria dos casos, os cientistas ainda não têm certeza do que desencadeia a formação de placas, emaranhados e outras alterações químicas associadas à doença de Alzheimer esporádica. As causas suspeitas incluem fatores ambientais, desequilíbrios químicos ou o próprio sistema imunológico do corpo.

A doença de Alzheimer tende a atingir primeiro a parte externa do cérebro, que está associada ao aprendizado e à memória de curto prazo. À medida que a doença avança mais profundamente no cérebro, outras funções são afetadas e os sintomas pioram.

Para pessoas com doença de Alzheimer familiar, descobriu-se que mutações em 3 genes aumentam a produção de placas amiloides que danificam o cérebro. Existem outros ‘genes de fator de risco’ que podem aumentar a chance de uma pessoa contrair a doença de Alzheimer mais cedo na vida.

Como a doença de Alzheimer é diagnosticada?

Infelizmente, não existe um teste único que possa confirmar a doença de Alzheimer. Um diagnóstico vem após uma avaliação cuidadosa. Isso pode envolver:

  • Um histórico médico detalhado;
  • Um exame físico e neurológico completo;
  • Exames de urina e sangue;
  • Exames de Imagem, como uma ressonância magnética para avaliar o encolhimento do cérebro.
  • Avaliação Neuropsicológica;
  • Uma avaliação psiquiátrica (opcional);

Depois de eliminadas outras possíveis causas para os sintomas (como demência vascular, deficiências nutricionais ou depressão), pode-se fazer um diagnóstico clínico de Alzheimer.

Um diagnóstico precoce permite que seu médico descubra se há outra causa de seus sintomas que pode ser tratável. Se um diagnóstico de doença de Alzheimer for mais provável, você pode começar a discutir o tratamento médico e assistência adicional para ajudar a retardar o processo degenerativo.

Como é tratada a doença de Alzheimer?

Embora não haja cura, certos tratamentos podem melhorar os sintomas por um tempo. Muitas pessoas com doença de Alzheimer também aprendem maneiras de lidar com seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida.

Medicamentos

Um grupo de medicamentos chamados colinérgicos pode melhorar temporariamente os sintomas cognitivos da doença de Alzheimer leve a moderada. Eles funcionam aumentando o nível de uma substância química do cérebro chamada acetilcolina, que ajuda a restaurar a comunicação entre as células cerebrais.

Outros medicamentos ajudam a aliviar os sintomas comportamentais, como insônia, agitação, ansiedade e depressão. Esses tratamentos não tratam diretamente a doença de Alzheimer, mas podem ajudar a melhorar a qualidade de vida.

Mudanças de estilo de vida

Sempre que possível, uma pessoa com doença de Alzheimer deve tentar manter contato social normal com amigos e familiares, exercitar-se regularmente e envolver-se em atividades que estimulem o cérebro como as oficinas de estimulação ou reabilitação cognitiva ou através de uma estimulação individual e personalizada. Se você tiver alguma dúvida sobre segurança (por exemplo, habilidades de direção), consulte seu médico para obter orientação.

Outras intervenções

Se você cuida de alguém com doença de Alzheimer, pode ser útil fazer mudanças em seu ambiente doméstico para ajudá-lo a se sentir menos desorientado na vida diária. Por exemplo, você pode adicionar instruções claras sobre como abrir portas ou instalar dispositivos de alerta se a pessoa estiver propensa a se perder.

Você pode prevenir a doença de Alzheimer?

Não existe uma maneira segura de prevenir a doença de Alzheimer. No entanto, você pode reduzir o risco de doença de Alzheimer cuidando de sua saúde:

1 – Seu coração – o que é bom para o seu coração é bom para o seu cérebro, então mantenha uma dieta saudável e não fume;

2 – Seu corpo – a atividade física regular aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, portanto, mantenha um estilo de vida ativo;

3 – Sua mente – uma mente ativa ajuda a construir células cerebrais e fortalece suas conexões, então socialize, faça coisas como quebra-cabeças e palavras cruzadas e aprenda coisas novas, como um idioma.

Quais são algumas complicações adicionais da doença de Alzheimer?

1 – Incapacidade de concluir tarefas diárias, como planejar refeições e administrar o próprio dinheiro;

2 – Mudanças de personalidade, como ansiedade, depressão e irritabilidade que tornam os relacionamentos mais difíceis;

3 – Delírios e alucinações em estágios avançados da doença.

Como cuidar de alguém com doença de Alzheimer

Cuidar de alguém com doença de Alzheimer pode ser difícil – mas também recompensador. Seu apoio emocional e físico será de grande ajuda quando o mundo da pessoa parecer confuso e hostil.

Coordene seus cuidados

Como a doença de Alzheimer piora progressivamente, seu ente querido precisará de mais cuidados com o passar do tempo. Pode ser útil designar uma pessoa que coordene os cuidados e os ajude a elaborar um plano de cuidados.

Planejar com antecedência

É sábio planejar cedo para o futuro. Incentive a pessoa a providenciar uma pessoa de confiança para administrar seus negócios por meio de uma procuração e redigir uma diretriz de cuidados avançados explicando quais tratamentos ela preferiria se não pudesse dar consentimento posteriormente.

Cuide-se

Cuidar de um ente querido com doença de Alzheimer pode ser difícil e desgastante. Certifique-se de passar algum tempo socializando e conhecendo outras pessoas. Encontre atividades e interesses dos quais você possa se encorajar. Dê a si mesmo espaço para descansar, aceitar e apreciar seu ente querido.

Como a Psicologia pode ajudar na doença de Alzheimer?

A medicina tem um papel fundamental para a estabilização dos doentes que começam a sentir dificuldades de memória. Simultaneamente, a intervenção não farmacológica tem evidenciado bons resultados na manutenção das capacidades funcionais diárias e melhorias cognitivas.

Neste tipo de intervenção, em complementaridade com outros profissionais (ex. médico, enfermeiro, terapeuta ocupacional), o psicólogo assume um papel fundamental na prevenção e tratamento, na medida em que a sua ação terá como objetivo reduzir ao máximo, tanto quanto possível, obstáculos presentes na vida do indivíduo com doença de Alzheimer.

De seguida, enumeramos alguns tipos de intervenção a usar na doença de alzheimer.

  1. Reabilitação neuropsicológica

A reabilitação neuropsicológica consiste numa intervenção abrangente uma vez que engloba no tratamento o funcionamento cognitivo, mas também as alterações de comportamento e do funcionamento emocional, com vista a melhorar a qualidade de vida dos doentes e familiares.

O seu principal objetivo passa por ajudar o doente e a sua família a lidar, conviver, contornar e superar os danos que a doença de Alzheimer provoca, não só ao nível cognitivo, mas também ao nível dos comportamentos e do estado emocional do doente.

Este tipo de intervenção foca-se, sobretudo, nas funções preservadas (parcial ou totalmente) para se desenvolverem estratégias compensatórias que possam fazer face às perdas observadas e minimizem os danos e o impacto na vida do doente, uma vez que recuperar a função cognitiva afetada não é possível.

A reabilitação neuropsicológica implica que seja realizada uma avaliação rigorosa e completa dos domínios comportamental, emocional e cognitivo, através de entrevista e da aplicação de testes e instrumentos psicométricos validados. Uma vez realizada a avaliação, a reabilitação neuropsicológica pode englobar várias componentes de intervenção, tais como: a reabilitação cognitiva, psicoterapia; intervenção com famílias e com pacientes em ambiente seguro; intervenção psicoeducativa.

  1. Estimulação sensorial

Perante as alterações de comportamento e de humor a que indivíduos com doença de Alzheimer estão sujeitos, sobretudo em fases mais avançadas da doença, a estimulação sensorial tem-se revelado benéfica na medida em que induz o bem-estar e o relaxamento do doente.

Existem várias técnicas de estimulação sensorial, com a musicoterapia, a estimulação multissensorial Snoezelen, e outros tipos de estimulação como a visualização de imagens, cheiros, exploração de sons da natureza, entre outros.

  1. Intervenção psicoeducativa

Tratando-se de uma demência altamente incapacitante e que tende a encurtar a duração da vida do doente, a doença de Alzheimer traz consigo a necessidade de se proceder a diversas modificações das rotinas tanto do doente como dos seus familiares e/ou cuidadores.

O papel dos cuidadores na doença de Alzheimer é fundamental pelo que se torna igualmente fundamental para o cuidador ter suporte e conhecer e educar-se acerca das alterações de humor e de comportamento dos pacientes com doença de Alzheimer.

Neste contexto, as intervenções psicoeducativas assumem uma enorme relevância ao integrarem duas componentes no foco da sua intervenção: o apoio educativo e informativo sobre a doença e o apoio psicossocial, que resultam num aumento do sentido de competência e de capacidade das famílias para lidar eficazmente com a doença e com as situações desafiantes, reduzindo o stresse e o desgaste psicológico dos cuidadores.

Além do componente educativo, os grupos psicoeducativos são também grupos de suporte na medida em que facilitam, a cada cuidador, a empatia e a compreensão pela situação que estão a viver, permitindo a troca de experiências, estratégias e, não menos importante, a partilha dos momentos mais desafiantes que vão surgindo no dia-a-dia do cuidador de um doente de Alzheimer.

Como Manter a Saúde Mental de uma Pessoal com Alzheimer

Independentemente de o indivíduo ter ou não algum grau de demência – ou Alzheimer – é muito importante investir na saúde mental dos idosos. A expectativa de vida dos brasileiros cresce a cada ano que se passa, o que significa que teremos mais idosos no país e no mundo.

O idoso com Alzheimer inicia a perda da sua memória em relação à acontecimentos recentes e, aos poucos, esse esquecimento vai se ampliando de maneira decrescente cronológica em sua vida.

É de extrema importância que o cuidador, sendo da família ou não, tenha uma consciência sobre a responsabilidade afetiva em relação ao idoso com Alzheimer. É possível que o indivíduo, por exemplo, pergunte sobre seus pais, ou alguém que possivelmente já faleceu há algum tempo. Se o cuidador afirmar que essa pessoa já faleceu o paciente irá sofrer um novo luto a cada nova vez que obtiver essa informação. O sofrimento vem misturado de uma grande confusão e um sofrimento psíquico intenso. O ideal seria que o cuidador ou familiar recebesse instruções específicas antes de adentrar nesse universo tão delicado.

Se você conhece alguém que tenha Alzheimer, conte com a ajuda da CASA. Podemos ajudar a entender como o Alzheimer funciona e como reagir a essa nova realidade. Nossa clínica conta com uma equipe de Psicólogos especializados. Entre em contato com a gente e agende sua consulta ou tire suas dúvidas.

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 Fontes:

saudebemestar.pt

healthdirect.gov.au